segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ler o "Estranho Dever do Cepticismo".





           "Vê-se através destas páginas de argumento largo, lento, irónico, e até de onde em onde mordaz,  que  Mário Mesquita foi capaz de radiografar a civilização em que vivemos, e o momento político que nos condiciona. Lendo ou relendo estas páginas, percebe-se que Mário Mesquita viu o fantasma vir a caminho, vislumbrou-lhe as roupas e pressentiu-lhe as passadas. Mas não sabia, não podia saber,  que à nossa debilidade hereditária  iria  juntar-se a mudança profunda que está  a alterar a relação entre os  países, e o modo como os outros nos encaram.  

Publicados agora,  estes comentários são um  livro branco sobre o nosso estado de alma. Lido como deve ser, ele  não só ajuda a redigir  a  nossa  memória  coletiva próxima  como  constitui  um desafio  para a criação de um novo documento cívico  de que estamos carenciados. Ou por outras palavras, O Estranho Dever do Ceticismo não contém uma visão metafísica nem teleológica da história. Não precisa.  O seu território de crença é bem outro.  A nós, leitores, basta-nos compreender que um estranho desejo  de que se erga  uma nova  fraternidade atravessa as suas páginas e esse é um estímulo poderoso para intelectualmente não nos sentirmos sós."


Lídia Jorge, prefácio do livro " Estranho Dever do Cepticismo", de Mário Mesquita


 


           

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