segunda-feira, 26 de novembro de 2012

As Mãos e os Frutos

 
 
 
 
Quando em silêncio passas entre as folhas,
uma ave renasce da sua morte
e agita as asas de repente;
tremem maduras todas as espigas
como se o próprio dia as inclinasse,
e gravemente, comedidas,
param as fontes a beber-te a face.

Eugénio de Andrade
Primeiros Poemas, As Mãos e os Frutos, Os Amantes Sem Dinheiro
Assírio & Alvim, 2012.



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