quarta-feira, 22 de junho de 2011

Nervo



UM FIO SOLTO

Encontrá-lo aí mesmo, como se
pendurado no vazio. Desenredá-lo levemente
e puxar, procurando aquele ponto de tensão
sem, no entanto, o encontrar. Puxar mais e
mais, fervorosamente. Daí a nada
mais parece que é o fio que te puxa a ti.
E puxa, horrorizando-te, enquanto
imaginas que costura do teu mundo
agora se descose.

Diogo Vaz Pinto, Nervo, Averno, 2011.

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