segunda-feira, 10 de maio de 2010

Submundo



«O poder político a mesclar-se lubricamente com a arte e a literatura. Historiadores de calvas proeminentes na pândega com a gente bonita da sociedade e da moda. Havia diplomatas a dançar com estrelas de cinema e laureados com o prémio Nobel a contar histórias a grandes armadores em clima de grande intimidade, e o demimonde da Broadway e da indústria dos mexericos convivia alegremente com correspondentes estrangeiros.
Havia a percepção constrangida de um momento profundo e intenso em gestação. Uma perspectiva medonha, pensou Clyde, porque sugeria uma continuação dos anos da era Kennedy. Anos esses em que um certo movimento fluido se tornou possível. Em que o sexo, as drogas e os palavrões começaram a delir a natureza estratificada da cultura.»
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Submundo, Don Delillo, Ed. Sextante.
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Submundo é a crónica de vidas ordinárias inseridas no último meio século da história americana. No imenso palco do romance, elas cruzam-se com figuras que marcaram a época – J. Edgar Hoover, Frank Sinatra, entre outras. DeLillo faz surgir uma obra de arte deslumbrante do outro lado, obscuro e escondido, da humanidade contemporânea.Adorado pela crítica, nomeado para o National Book Award (1997), para o Pulitzer Prize (1998), segundo classificado no prémio que distingue o melhor romance americano dos últimos 25 anos e vencedor, em 2000, de uma medalha da American Academy os Arts and Letters pela mais eminente obra de ficção dos últimos anos. O seu autor, Don DeLillo, é recorrentemente apontado ao Nobel da Literatura e está na vitrina da melhor ficção norte-americana ao lado de autores como Salinger, Pynchon ou Cormac McCarthy.

Submundo é um livro magnífico de um mestre americano. Salman Rushdie

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